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12 grandes avanços que a humanidade deve à cerveja


Você sabia que a cerveja é a terceira bebida mais popular do mundo? Ela perde apenas para o chá e a água.

Por toda sua importância, a revista Super Interessante juntamente com o mestre cervejeiro Matheus Aeredes, formado pela VLB de Berlim e fundador da Academia da Cerveja Bräu Akademie, separaram 12 grandes avanços que a nossa queridinha trouxe para a humanidade:

1. Revolução Agrícola:

Entre 9.000 ac e 7.000 ac nômades sumérios começaram a plantar regularmente cevada na Mesopotâmia. Durante décadas, defendia-se que a plantação dos grãos era para a produção de pão, mas recentemente estudos apontaram resíduos de cevada em jarras antigas, o que indicaria que a cerveja veio antes mesmo do pão. Esta teoria não foi 100% comprovada, mas é um grande indicio de que a cerveja é muito mais antiga do que se conhece.

2. Escrita

Há mais de 5 mil anos, os sumérios começaram a gravar pictogramas em barro molhado, com o objetivo de codificar transações comerciais e... anotar receitas de cerveja. Segundo o especialista em textos antigos da Universidade da Pensilvânia (EUA), Stephen Tinney, mais de 160 símbolos da escrita cuneiforme estão diretamente ligados à bebida fermentada. Isso não quer dizer que os sumérios foram os primeiros a escrever sobre a bebida, há evidências de que os egípcios produziam hieróglifos mais ou menos na mesma época, e também, a população maia, dizimada e cheia de incógnitas, também tinha seus segredos sobre a cerveja.

3. Pirâmides

Você sabe como era feito o pagamento dos construtores das pirâmides egípcias? Há estudos que apontam para 4 litros de cerveja por dia. Sem dúvida, os operários tinham incentivo de sobra!

A cerveja não servia apenas como um “pagamento” mas também como algo que mantivesse-os em pé para construir as pirâmides, pois na época, ela não continha tanto álcool e era mais rica em nutrientes do que hoje em dia.

4. Idade das Trevas

No período medieval, a cerveja era comumente utilizada como alternativa à água, que nem sempre era potável. Mais do que isso, o recurso hídrico era responsável pela proliferação de uma série de doenças, como a cólera. Por causa dos rios sujos e da carência de saneamento básico, cerca de 50% da população não vivia até mais do que 6 anos de idade.

Mesmo quando feita com água poluída, a cerveja era uma fonte mais segura de nutrição. Apesar de terem atribuído a purificação do líquido a forças ocultas, e não à fervura e à fermentação, os alquimistas e monges da época acabaram salvando milhões de vidas ao produzir a bebida.

5. Novo Mundo

Há pouco mais de cinco séculos, quando conquistar a América ainda era um sonho para os europeus, manter embarcações abastecidas durante as viagens era um grande problema. Além da quantidade de comida necessária para meses a bordo, muitos suprimentos estragavam nas primeiras semanas, inclusive... a água.

Para contornar o problema, os navegadores estocavam queijo, mel, azeitona e outros alimentos em conserva. E para garantir a hidratação, levavam consigo galões e galões de cerveja. "Eles não viajavam sem cerveja, porque ela era esterilizada e tinha conservantes naturais. É difícil dizer que os colonizadores não teriam conseguido chegar aqui sem a bebida. Mas ela deu uma força", conta Aredes.

Mesmo depois de desembarcar no Novo Mundo, os viajantes tinham receio de tomar da mesma água que os nativos bebiam por considerá-la insegura, o que acabou estimulando a produção cervejeira na colônia.

6. Pasteurização

Uma das descobertas que ajudou a estabelecer as bases da medicina moderna deve créditos à cerveja - e não ao leite, como muitos pensam. O processo de pasteurização foi identificado pelo microbiólogo francês Louis Pasteur, que publicou em 1876 a obra "Études sur la Bière" ("Estudos sobre a Cerveja", em tradução livre).

O cientista, que também trabalhava como consultor para cervejarias, queria entender por que a cerveja frequentemente estragava. Ao analisar as células de levedura na bebida, ele notou a presença de microorganismos até então desconhecidos: as bactérias. Além de provar que eram elas que prejudicavam o sabor da bebida, o cientista apontou uma maneira de eliminar as intrusas: a pasteurização, que consiste em esquentar uma substância a temperaturas entre 65ºC e 70ºC durante um certo intervalo de tempo.

Os estudos de Pasteur repercutiram imediatamente na ciência e na medicina, reavivando a teoria dos germes, ideia de que as pessoas poderiam adoecer se entrassem em contato com esses microorganismos invisíveis a olho nu. "Ele gerou uma discussão sobre contaminações, higiene e infecções hospitalares. Só depois disso os médicos começaram a lavar as mãos, por exemplo, antes de fazer um parto", conta Aredes. "Uma vez entendendo a origem das doenças, ficou mais fácil criar métodos para preveni-las e combatê-las".

7. Escala de pH

No início do século passado, o laboratório da cervejaria alemã Carlsberg enfrentava um grande problema de precisão. Não havia uma escala adequada para definir o quão ácida estava a bebida produzida. Até então, mestres cervejeiros utilizavam termos vagos, como "muito ácido", "bom" ou "básico".

Foi então que, com o objetivo de controlar os resultados, o químico dinamarquês Soren Sorensen desenvolveu a escala de potencial hidrogeniônico, o pH. Trabalhando no laboratório da cervejaria, ele estudou o efeito da concentração de íons em proteínas, e percebeu que quanto mais ácida era a bebida, mais ela apresentava íons de hidrogênio.

Com algumas revisões posteriores, o modelo desenvolvido pelo cientista ganhou o mundo. A escala de pH é usada hoje em todo o planeta e é crucial para qualquer procedimento químico.

8. Refrigerador

O desprazer de beber uma cerveja quente não é um drama recente. Até o fim do século 19, a bebida era produzida e vendida apenas nos meses frios por conta da dificuldade em mantê-la gelada durante o verão. Além disso, o próprio processo de maturação da cerveja exigia temperaturas amenas, o que demandava o transporte de toneladas de gelo da natureza para adegas subterrâneas - onde havia menor variação térmica.

Como se pode imaginar, todo esse trajeto tornava o produto mais caro e mais escasso. Foi então que, a pedido da cervejaria irlandesa Guinness, o engenheiro alemão Carl von Linde desenvolveu o primeiro sistema viável de refrigeração artificial. "O primeiro ponto positivo foi a facilidade de resfriar a cerveja enquanto ela era produzida. O segundo, a economia com transporte; e, o terceiro, a própria degustação da cerveja. Fora que agora era possível produzir cerveja o ano inteiro", explica Aredes.

A invenção, que até então era vista como um projeto de ficção científica, acabou resolvendo o que era um grande desafio para a humanidade: a conservação de alimentos, medicamentos e até órgãos para transplante.

9. Termodinâmica

Apesar de não ter criado o primeiro termômetro, a indústria cervejeira deu um grande empurrão para aprimorar o instrumento. Isso porque James Joule, filho de uma rica família de cervejeiros, desenvolveu grandes habilidades de experimentação na cervejaria que herdou do pai. O físico amador inglês precisava de condições extremamente controladas para provar a relação entre o trabalho mecânico e o calor, que, mais tarde, levaria à teoria da conservação de energia.

Para isso, projetou termômetros capazes de ler centésimos de graus Fahrenheit, sem os quais não poderia captar mudanças mínimas de temperatura. Os experimentos conduzidos no laboratório de Joule tornaram-se a base do que chamamos hoje de termodinâmica.

10. Garrafas de vidro

Apesar de não ter inventado o vidro, a indústria cervejeira foi responsável pela criação de uma das primeiras máquinas de produção em grande escala de que se tem registro: a de garrafas de vidro. Até por isso, alguns estudiosos apontam Michael Owens, seu criador, como um dos precursores da fábrica moderna.

"Eram as grandes indústrias da época. Nos EUA, cervejarias viraram fábricas gigantes, que ajudavam a impulsionar a economia", afirma Aredes. Entusiastas da bebida creditam outro grande avanço à invenção: a redução do trabalho infantil. Até então, a indústria do vidro era a maior empregadora de trabalho para crianças nos EUA. Após a automação desse processo, tal modalidade de trabalho foi erradicada em apenas dez anos.

11. Mapeamento genético

A produção de cerveja é extremamente sensível e repleta de processos que podem dar errado. Para reduzir esse risco, cientistas empreendem há décadas esforços para dominar os genomas do lúpulo, conservante natural que dá amargor à bebida, e da levedura, fungo responsável por quebrar o açúcar e transformá-lo em álcool.

O primeiro trabalho nesse sentido consta de 1883, quando o cientista dinamarquês Emil Christian Hansen isolou as primeiras culturas puras de levedura, na Cervejaria Carlsberg. "Se alguma coisa dá errado na produção de cerveja hoje, existe uma grande chance de ser por causa da instabilidade da fermentação. E é por isso que o mapeamento genético da levedura é importantíssimo para nós", explica Aredes.

A manipulação e o cruzamento genético desses organismos para torná-los mais resistentes acaba sendo importante não só para acertar a mão na produção da bebida, mas para diversos outros setores da economia.

No caso da levedura, alguns exemplos são as indústrias química, farmacêutica, de pães, e de combustível. Já o lúpulo é utilizado principalmente para o tratamento de ansiedade, taquicardia e uma série de outros distúrbios. Seu aroma intenso é recomendado como método para a indução ao sono, motivo pelo qual é comumente colocado dentro de travesseiros.

12. Saúde

Apesar dos comprovados males causados pelo consumo excessivo de álcool, também é consenso entre cientistas que a ingestão moderada da substância pode reduzir o risco de uma série de problemas de saúde. E, por ser mais leve do que a maioria das bebidas, a cerveja se encaixa bem nesse perfil de consumo.

Em 2006, um estudo conduzido no Beth Israel Deaconess Center, nos EUA, constatou que o risco de ataque cardíaco entre pessoas que consomem doses moderadas da substância é entre 40% e 60% menor do que entre não consumidores. Mais tarde, pesquisadores da Harvard School of Public Health, também nos EUA, apontaram que a bebida ajuda a prevenir a formação de coágulos nas artérias do coração, do pescoço e do cérebro, prevenindo acidentes vasculares cerebrais.

A cerveja também é rica em vitaminas. Segundo um estudo realizado na Holanda, consumidores da bebida possuem, em média, 30% a mais de vitamina B6 no organismo do que não consumidores. "Mais do que isso, a cerveja também alivia o estresse, o que acaba promovendo a saúde de uma forma mais ampla", acrescenta Aredes.

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